119 - Prazeres Sutis

Folhas vestem os galhos desnudos.
Envelhecem.
Voam soltas,
quebradiças caem no duro solo.
Tornam-se humos.
Novamente nascem .
A dança das estações nunca termina.
Felizes são aqueles que conseguem
Compreender tão linda dança .
Os ciclos da natureza nunca entediam.
Muito me inspiram a Renovar.
Eles parecem me dizer
que nada mais preciso buscar.
Que não preciso de tanto acumular .
Somente preciso vislumbrar,
me deixar ir e vir ,
inebriado pelo cheiro suave das folhas
ora esverdeadas, ora amareladas.
Que vontade fazer um filme sobre elas.
Ele se chamaria ,
Folhas
Acho que não adiantaria.
As pessoas não iriam gostar ou entender.
Tais prazeres são por demais
sutis ,quase iniciáticos.
Somente os livres ,
os simples de coração
se contagiariam de tamanhas delícias .
Como o Universo é rico !
Assisti este fascinante espetáculo
mesmo não tendo ouro e prata.
Estou tão feliz quanto aqueles que
compraram os mais ricos presentes.
Começo a perceber que não existe pobreza
e sim diferentes Riquezas.
É tolice invejar ,se angustiar.
Os prazeres estão espalhados
por toda parte para desfrutar.
Não preciso correr ,eles são muitos .
Não vão nunca acabar.
augustoparis@bol.com.br