115 -Silencio Interior

Mesmo com medo atravessei
os pesados Portões do Silêncio .
Fiquei surpreso, maravilhado com a Alegria
que reina em seus domínios .
Quanta paz, quanta vida sobeja ,
sem esforços, sem compulsões .
Nada é incontido ,tudo é amorosamente livre.
Quantos encantamentos e deslumbramentos !
O desejo é de ficar para sempre nestes oásis mentais.
Não posso . Tenho que voltar .
Tenho que falar destas maravilhas aos
que temem atravessar tais Portões.
Quero narrar-lhes com palavras enfeitadas do Novo ,
que não há perigo ,não há angústias ou punições .
Tudo é festivo ,filtrado por uma fantástica harmonia.
Toda segurança ,todo conhecimento convencional ,
terá que ser deixado do lado de fora.
A entrega terá que ser plena e incondicional
Nenhuma bagagem deverá ser levada.
Agora que voltei sinto tudo muito pequeno e infantil.
O desconhecido me é agora íntimo e familiar.
O conhecido é sem brilho, sem valor ou expressão.
Sei que ainda terei que viver neste labirinto
neurótico interminável do Fazer e Acontecer.
Por outro lado muito me alegro ,
pois sei que mais cedo ou mais tarde todos
passarão pelos “ temíveis “ Portões do Silencio.
Assim como eu , muito rirão de seus medos de outrora.
Ao adentrá-los toda ignorância ,
toda vaidade cessam .
É no Silêncio que a Verdade faz sua morada.
augustoparis@bol.com.br.