5-Perdoar a si mesmo.

Somos potencialmente vencedores,
mas por outro lado incorrigivelmente desertores.
O menor dos obstáculos nos faz boicotar ,retroceder.
Sempre, sempre agimos assim .
Ao vermos o quanto somos grandes e quão pequenos
eram os obstáculos , nos envergonhamos, nos punimos.
Tal sensação de derrotas nos faz parar, congelar.
Perdoar a si mesmo é não se importar
com mais uma queda, mais uma derrota.
Mais cedo ou mais tarde vamos
deixar de cair, de voltar, retroceder.
Nossa timidez existencial será finalmente vencida.
Leva-se um tempo para compreender,
sentir os nossas performances de gigantes.
Durante muito tempo fomos
escravos das mentiras e medos.
Esconderam de nós as verdades inabaláveis.
Nos ensinaram apenas ver
somente o nosso lado escuro.
Somos como os oceanos.
Rasos e superficiais nas extremidades
e profundos no nosso íntimo, no nosso âmago.
Proibiram-nos de visitar o nosso mais profundo .
Somente nossas cascas eram exigidas, permitidas.
Temos que perdoar a nós mesmos
por nos ter deixados enganar.
Não importa o que se passou.
Nossos sonhos têm a velocidade da luz.
Nossas vontades a tenacidade do aço.
O nosso potencial nunca termina .
Nossos sonhos nunca envelhecem.
Renovam-se a cada experiência.
Se uma perda nos machuca,
por outro lado nos tornamos mais fortes .
Perdoar a si mesmo é agir como o pavão.
Ao invés de ficar triste porque seus pés são tão feios,
Ele fica radiante porque suas plumagens
são escandalosamente encantadoras.
Quem disse que para ser gigante,
ser vencedor ou feliz precisamos ser perfeitos ?
Não precisamos de ser perfeitos e sim inteiros ,verdadeiros.
Super homens não existem.
São fantasias de quem é grande
mas que ainda pensa pequeno.
Quando nos perdoamos pelos tantos desacertos
a alegria brota em nós.
Tal alegria é a porta por onde a criatividade
adentra em nossas vidas.
Ame-se !
Aceite os seus abismos e montanhas!
Nas lindas paisagens o que se destaca ,
se sobressai são as montanhas .
Ensine as pessoas visitarem o seu Evereste.
Ele é alto e lindo.
Você precisa falar, mostrar os seus abismos.
Todos sabem que eles existem.
Quem não os têm ?
psicologo.augusto@gmail.com

6 -Centrado em Si Mesmo

Gosto de estar a sós comigo mesmo.
Não é solitário e muito menos imaginário.
Sem este contato real e pessoal me definho,
desafino, perco o meu brilho.
Sem estar comigo mesmo ,a vida passa existir sem sabor.
Tudo se torna insípido.
Tenho fome de mim mesmo.
Viver alem de arder é também arte.
A arte das artes .
Sou um projeto fantástico ,
mesmo com crostas de neuroses e imperfeições.
Sou único. Tal unicidade me faz sentir responsável.
Traz-me tranquilidade,serenidade,
pois sei que o meu lugar ninguém poderá ocupar,estar.
As coisas que eu fizer ou deixar de fazer
serão de minha inteira responsabilidade.
Gosto das minhas próprias medidas.
O modo como choro,rio é único, exclusivo.
Cada dia caminho na minha estrada de sonhos.
Ganhos aqui,perdas ali.
Há desertos áridos, mas há oásis que vicejam .
Minhas bagagens são poucas.
Levo entusiasmos ,vontades de experimentar,interagir.
Queria armazenar tudo o que me encanta .
O tempo não permite. A estrada não tem fim.
Minha morada não é fixa.
Além do mais as experiências são como vestes.
Na medida que vou sendo mudado,
transformado , estas se tornam
inadequadas, não servindo mais ,
mesmo importantes e bonitas.
Nunca vamos parar de crescer,
e as vestes nunca vão deixar de existir.
Viver é um sonho que quero Sonhar.
Não quero despertar.
Não quero ir para os vales de lagrimas reclamar.
Não suportaria o obvio, o comum .
Muito menos o faz de conta .
Viver é ir e vir.
Viver é rir, chorar, quebrar a cara .
Viver é também cair .
No final tudo recomeça
com um solene levantar.
paris.augusto@gmail.com

7 -Eu Livre

nde, os fortes, os poderosos me perdoem
se não estou em seus seletos grupos.
O que mais me fascina ,me faz vibrar é a arte de ser frágil,
de ser gente , de ser pleno .
Somente a beleza, a delicadeza me fazem arder, mover.
Não me atrai o poder, e sim o sutil amor.
Não me encanta a seriedade dos adultos ,fortes como o aço
e sim a naturalidade e inocência das crianças.
Aprendo e me delicio com elas.
No passado vivia triste ,
tenso em não conseguir cumprir as regras ,
os ditames do esperto e competitivo viver.
Perdia-me neles.
Invejava quem fazia tudo certo .
Quem se enquadrava com facilidades .
Nunca quis ser rebelde ,do contra.
Sonhava caminhar com todo o bando.
Como era primordial ser um adaptado,
um xerocado neste imenso exército de iguais.
Felizmente não passei nos difíceis testes.
Hoje olho para o meu fracasso ( para alguns )
e me canto, me apaixono.
Fico agradecido a vida
por não ter conseguido entrar para
o pelotão dos adaptados.
Não agi, somente sonhei.
Deixe-me seduzir pelos encantos
e frescor do intenso existir..
Perdi muitas coisas.
Por outro lado ganhei outras poucas.
Estas poucas me foram largamente vantajosas.
Uma delas foi a liberdade .
Sou feliz não pelo que me mostram existir lá fora.
Sou feliz pelas coisas que tenho em mim.
A minha alegria tem as minha próprias medidas.
Foram feitas em mim ,por mim.
Gosto dos meus luxos .
Sei conviver com os meu lixos.
Sei transformar ruídos em melodias.
Pão em caviar.
Marchas em danças.
Perdas em ganhos.
Acho elegante, chique existir.
Por outro lado acho um suicídio imitar, copiar.
Gosto de aprontar para mim mesmo .
Enfeito-me com os meus mais caros sentimentos.
Hoje não apago o brilho dos outros.
Tenho o meu próprio brilho
e desejo que os outros brilhem
tanto ou mais que eu.
Enquanto uns querem poder,
eu quero ousar, me soltar , i n v e s t i r.
Quero viajar ,conhecer o universo do meu Eu.
Quando a morte vier, ele irá se desfazer,
restarão cinzas que se transformarão
em partículas integrantes dos ventos existenciais .
O brilho acaba ,mas as lembranças,
as imagens ficarão expostas nos
museus dos tempo.
Muitos me verão
e dirão que ali esta uma estrela
que no seu tempo muito brilhou.
É maravilhoso existir, chegar e partir.
As vezes acho que estou me
tornando uma arte viva, visceral,
com músculos e sangues, risos e lagrimas.
As vezes penso que o segredo,
o barato da vida é estar na contramão.
Para isto temos que ser amorosamente ousados.
Não obedecer tantas regras, tanta leis .
Não somos daqui.
Somos habitantes da grande selva energética.
Eis porque eu pulo, grito e danço em qualquer hora ou lugar.
O tempo e a dor me deram coragem
para dizer que não quero lutar,
que não ser grande e sim amar, brincar.
Não importa de qual casta eu seja .
Vou esperar e sonhar .
Ao grande espetáculo da vida não vou faltar.
Só tenho uma vida. Não posso desperdiçar.
O tempo é passageiro . Não pode me esperar.
Outro dia me chamaram de louco e ridículo.
Não liguei.

Quero ser louco e feliz
e jamais um neurótico preso e amargurado.
paris.augusto@gmail.com

8 -Vontade de Viverrrrrr

Vontade de viver,de ser.
Quanta tolice ,
quanta perda de tempo
querermos enquadrar,
domesticar forças
tão gigantes, tão incisivas ?
Dilacerantes, contundentes vão arrastando ,
levando tudo com elas.
Mutantes ,trannsbordantes vão transformando
desertos de inércias em
oásis fecundos e produtivos.
Tudo cria graça brilho.
Sonhos criam raízes.
Talentos ganham asas.
Motivações ,novas direções.
Dificuldades são enganadas e vencidas.
As vezes fico deslumbrado ,
perguntando como e porque
estas vontades resistem, existem .
O que as tornam tão fascinantes e intensas ?
Quem ou o que as nutrem assim fortemente ?
Quase nunca desfalecem.
São como alavancas . Pequenas e invisíveis
movem mundos imbatíveis.
Poderosos se sucumbem aos seus pés.
Estas vontades explosivas
dormem em nossos solos mentais .
e brincam em nossos corações sedentos.
Precisamos apenas desperta-las.
Incansáveis ,construirão
novos mundos, novas realidades.
Desenharão os lindos sonhos
de um invisível amanha . Sedutoras e sutis .
Sabem ser frágeis como as brisas
e tenazes como o aço .
Quando virem pessoas portando
tais vontades ,deixem-nas passar,
pois ninguém poderá dete-las.
Perigos e punições não irão amedronta-las.
Estão blindadas, anestesiadas
de algo muito grande e fantástico.
Junte-se também a elas.
Estas lhe inspirarão a viver
de um modo doce e ao mesmo tempo,
forte como um trovão.
psicologo.augusto@hotmail.com

9 -Crianças

Os homens vivem correndo.
Preocupados em vencer.
Não podem perder tempo .
Precisam demasiadamente de acumular, acumular.
São vaidosos demais para parar.
Carente ,com fome de viver busco a companhia
das crianças que muito querem viver.
Quando me vêm com as crianças a brincar,
chamam-me de alienado, ocioso e infantil.
Não ligo para tais considerações.
Eles não sabem como é nutritivo estar com elas....
Elas são verdadeiras, inteiras no seu brincar.
Entregam-se ,se perdem em seus desejos e buscas,
pois não têm castas ou tronos para cuidar.
Não têm um passado doloroso para recordar
e nem um futuro distante para se ansiar.
Apenas o presente conhecem e sentem .
São verdadeiras e inteiras .
Nunca maculam os seus sérios brincar.
Elas são fartas.
Em nada economizam
o seus sentir, os seus desejos
Seja uma gota ou todo o mar.
O envolvimento é sempre total.
Não são econômicas ,não prendem suas alegrias
em gritar, pular ?
Porque são assim tão inteiras e desprendidas ?
Porque as tristezas ,as perdas não fazem
moradas em seus pequenos corações. ?
As crianças deveriam guiar o mundo
e não nós os adultos.
Dói vê-las tão festivas, tão coloridas indo para
o abate dos adultos.
Logo crescerão .
Então estarão frias e cinzentas
Gosto muito de passar na porta das escolas infantis.
Aprendo muito com elas em seus agitos e alvoroços .
Quando chego em casa ,estou renovado.
Sinto-me novo , inteiro.
As pessoas se assustam
com minhas performances irrequietas.
Eu também me assusto com elas ,
pois não percebem o quanto estão doentes,
Loucas pela loucura da normalidade .
Caminham para as prisões do tudo igual.
São perfeitas ,porém, sem brilho, sem emoção.
Não mais sofrem,pois estão petrificadas .
Distanciaram de si mesmas, de suas essências.
Quem as trará de volta ?
Eu não sei ........
paris.augusto@hotmail.com

10-Viagem do Eu( II )

Não me peçam equilíbrio e calma quando estou dentro
do redemoinho da Existência.
Se estamos de longe ,apenas observando o fluxo e refluxo das
coisas é fácil manter-se calmo , equilibrado.
Correrei riscos ,pois vou mergulhar nas minhas experiências ,
nas minhas sensações .
Não vou mutilar, emudecer os sentimentos ,as percepções.
Quero ir e vir, livre, sem fixar raízes
no agradável solo da segurança .
A vida é um jogo.
Tenho que jogar, arriscar.
Tenho que estar preparado para ganhar ou perder.
O que é mais relevante é estar aberto,solto neste jogo
Existencial e fenomenológico.
Viver é o JOGO dos jogos.
Se não jogarmos com nossas vidas,
definharemos em cáusticos tédios.
De tão seguros nos tornaremos parasitas.
Tal atitude nos fará anêmicos e debilitados emocionais.
Acredito que no jogo da Vida
quando perdemos , perdemos muito pouco.
Quando ganhamos , ganhamos muito, muito,
pois a vida é extremamente farta, generosa.
Não quero ser como aqueles
vitoriosos invictos.
Nunca perderam, só que nunca descobriram.
Foram somente espertos .
Mesmo com tantas vitórias se sentem perdedores.
Talvez por não conhecerem o sabor
dos extremos, dos limites e dos perigos.
Não quero parecer, quero ser.
Não quero superfície ,
quero o miolo , o profundo.
Não quero correr para ser o melhor .
Quero correr pelo próprio prazer de correr.
Os meus prazeres não precisam ser
mostrados,comparados, pois são únicos.
Não quero que me contem
o que cada um viu atras dos lindos montes.
Quero descobrir tudo sozinho.
O meu olhar tem que estar livre
de influencias e interferências.

Acho que minha personalidade
energética não é reter, se manter ,mas fluir.
Não quero raízes fortes e seguras.
Quero asas frágeis e coloridas.
Quero voar mesmo não sabendo onde pousar.
Mesmo com os crocodilos
lá embaixo a me espreitar .
Viver é fascinante ,envolvente .
Quando somos intensos ,
ficamos anestesiados.
Morremos sem sentir nenhuma dor,
Apenas uma doce saudade
de não poder mais viver, existir .
paris.augusto@gmail.com

11 -Viagem do Eu ( I )

Que os grandes os fortes, os poderosos me perdoem
se não estou em seus seletos grupos.
O que mais me fascina ,me faz vibrar é a arte de ser frágil,
de ser gente , de ser pleno .
Somente a beleza, a delicadeza me fazem arder, mover.
Não me atrai o poder, e sim o sutil amor.
Não me encanta a seriedade dos adultos ,fortes como o aço
e sim a naturalidade e inocência das crianças.
Aprendo e me delicio com elas.
No passado vivia triste ,
tenso em não conseguir cumprir as regras ,
os ditames do esperto e competitivo viver.
Perdia-me neles.
Invejava quem fazia tudo certo .
Quem se enquadrava com facilidades .
Nunca quis ser rebelde ,do contra.
Sonhava caminhar com todo o bando.
Como era primordial ser um adaptado,
um xerocado neste imenso exército de iguais.
Felizmente não passei nos difíceis testes.
Hoje olho para o meu fracasso ( para alguns )
e me canto, me apaixono.
Fico agradecido a vida
por não ter conseguido entrar para
o pelotão dos adaptados.
Não agi, somente sonhei.
Deixe-me seduzir pelos encantos
e frescor do intenso existir..
Perdi muitas coisas.
Por outro lado ganhei outras poucas.
Estas poucas me foram largamente vantajosas.
Uma delas foi a liberdade .
Sou feliz não pelo que me mostram existir lá fora.
Sou feliz pelas coisas que tenho em mim.
A minha alegria tem as minha próprias medidas.
Foram feitas em mim ,por mim.
Gosto dos meus luxos .
Sei conviver com os meu lixos.
Sei transformar ruídos em melodias.
Pão em caviar.
Marchas em danças.
Perdas em ganhos.
Acho elegante, chique existir.
Por outro lado acho um suicídio imitar, copiar.
Gosto de aprontar para mim mesmo .
Enfeito-me com os meus mais caros sentimentos.
Hoje não apago o brilho dos outros.
Tenho o meu próprio brilho
e desejo que os outros brilhem
tanto ou mais que eu.
Enquanto uns querem poder,
eu quero ousar, me soltar , i n v e s t i r.
Quero viajar ,conhecer o universo do meu Eu.
Quando a morte vier, ele irá se desfazer,
restarão cinzas que se transformarão
em partículas integrantes dos ventos existenciais .
O brilho acaba ,mas as lembranças,
as imagens ficarão expostas nos
museus dos tempo.
Muitos me verão
e dirão que ali esta uma estrela
que no seu tempo muito brilhou.
É maravilhoso existir, chegar e partir.
As vezes acho que estou me
tornando uma arte viva, visceral,
com músculos e sangues, risos e lagrimas.
As vezes penso que o segredo,
o barato da vida é estar na contramão.
Para isto temos que ser amorosamente ousados.
Não obedecer tantas regras, tanta leis .
Não somos daqui.
Somos habitantes da grande selva energética.
Eis porque eu pulo, grito e danço em qualquer hora ou lugar.
O tempo e a dor me deram coragem
para dizer que não quero lutar,
que não ser grande e sim amar, brincar.
Não importa de qual casta eu seja .
Vou esperar e sonhar .
Ao grande espetáculo da vida não vou faltar.
Só tenho uma vida. Não posso desperdiçar.
O tempo é passageiro . Não pode me esperar.
Outro dia me chamaram de louco e ridículo.
Não liguei.

Quero ser louco e feliz
e jamais um neurótico preso e amargurado.