64 - Alegrias

Algumas alegrias parecem tristes,
pois são muito nobres e especiais.
Elas vêm de dentro, do íntimo.
São alegrias que não ignoram
os que estão perdidos, os que estão sofrendo.
Alegrias amorosas e sensíveis
que respeitam os que estão tristes.
Alegrias que não são egoístas ou narcisistas.
São alegrias que não podem se tornar tristezas ,
por causa dos tristes.
Alegrias que querem ajudar, participar.
Alegrias que não querem ser fúteis.
Alegrias que não querem ser eufóricas.
Alegrias que não despertam invejas.
Alegrias que não causam medo.
Alegrias que relaxam, não pesam.
Alegrias que não machucam.
Alegrias que mesmo
na dura solidão soltam rojões.
Alegrias que não querem humilhar.
Alegrias que conhecem a dor
e ainda assim se atrevem ser plenas.
Alegrias que não se importam de recomeçar.
Alegrias que não ostentam títulos ou troféus.
Alegrias que não se enquadram
nos escores estatísticos.
Alegrias que sabem esperar pela primavera.
Alegrias que não seguem os ruidosos modismos .
Alegrias íntimas e invisíveis,
mas com profundas raízes nos solos da essência.
Tão fortes que não se sucumbem aos fortes
terremotos da existência.
Estas alegrias tão silenciosas quase desconhecidas
precisam ser sentidas pelo mundo
tão padronizado,tao massificado.
Estou aprendendo a senti-las .
paris.augusto@gmail.com