clube dos vencedores

Saturday, March 31, 2007

69 - GERAÇAO ESPONTANEA


O artificial em passos sutis ,adentrou em nossas vidas.
Tudo se tornou natural (aparência de natural )
Fantasias se igualaram ao real.
Como se não bastasse chegou também o virtual.
Tudo se tornou grosseiramente igual .
Nos aproximamos de um estranho caos.
O profundo, o banal são inseridos no mesmo pedestal.
Não há mais valores, não há mais pudores.
Limites parecem não mais existirem.
Parece que não há mais metas a atingir.
Tudo é imediato, hedonista, descartável.
Não há mais personalidades
enraizadas na própria individualidade.
Temos a geração do clichê, do perfil, do enquadramento.
Sem profundidade perde-se muito da sustentabilidade.
As usinas internas das nossas reflexões
e elaborações precisam ser ativadas.
Temos que perceber as coisas
e não simplesmente cola-las em nossas vidas.
Hoje não se passeia nas coisas .
Passa-se por elas sem atenção,
Tudo é técnico.
Temos que usar a automação
e não sermos autômatos .
Se espremermos nossas vidas o que se destilará delas ?
Modismos, condicionamentos ,alienações .
Nos tornamos estranhos,fugidios e estrangeiros de nós mesmos.
A pressa deletou, esquartejou tudo
o que é mistério, potencial, semente.
O intocável, o misterioso, o sagrado,
foram tocados sem o menor cuidado.
Nada é preparado .
Tudo acontece sem critérios, sem controles.
A vida se tornou global,oca,esquelética ,sem alma.
A realidade vigente não mastiga,absorve.
Apenas engole ,engole, numa compulsão sem freios.
Não há mais ética, ou estética.
Tudo se tornou um vulto ininteligível, sem expressão.
As coisas são como embrulhadas, amassadas.
Tempo de validade,acompanhada com sofisticados
manuais de uso e instrução.
Não há mais espaços para descobrirmos as coisas por nós mesmos.
Tudo muito prático.
Tudo tem que se encaixar nas formas do padrão oficial.
A vida perdeu seus contornos,suas nuanças.
Todos querem chegar primeiro e de qualquer jeito.
Não há porquês, não há questionamentos
do porque ir, do porque chegar.
Nos filmes beleza americana e declínio do império americano,
vemos nitidamente isto.
Chegamos fantasticamente lá.
So que não nos sentimos lá.
Não sabemos como e porque chegamos.
Uma pobreza invisivel,mas dilacerante corrói a todos.
Sentimentos se chamam de adrenalina.
Precisamos, ser naturais. Voltar as origens.
Temos que aprender a andar, e não nascer voando.
A vida exige crescimentos.
Crescer é lento.
Cumprir etapas,fazer comparações.
Olhar os erros antes de deleta-los.
O que não amadurece fica sem gosto, amargo.
O mundo se tornou como uma linda maça.
Bonita, irresistível ,porém ,amarga, sem gosto algum.
Ficamos maravilhados com nossas capacidades.
Nem por isto somos ou vamos ser Deuses.
Jamais seremos auto-suficientes.
As plantas ,os animais nos ensinarão a voltarmos
para as nossas origens que é sermos simples, naturais.
são paulo,março,2007
psicologo.augusto@hotmail.com

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